Porto ao Vivo
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segunda-feira, 1 de junho de 2009

Perfil Alexandre Almeida, 34 anos, músico

“A música é a coisa mais importante da vida”

Desde muito cedo a música tratou de ser presença assídua na vida deste músico portuense. Filho de um fadista amador, “era normal as festas de família acabarem com toda a gente a tocar e a cantar”.

Mas não foi o fado que o 'roubou' para a música. Aos seis anos de idade, comprou os primeiros discos, “um do Elvis e outro dos Beatles”.” Fiquei completamente obcecado por aquela música”, refere o próprio. Mas a descoberta da música veio acompanhada por uma outra... Percebeu que “adorava as luzes e o palco”, isto devido à participação em peças de teatro de fim de ano lectivo, enquanto frequentava ainda o ensino básico. Aos nove anos recebe a primeira guitarra, oferecida por um tio, também músico. O seu primeiro objectivo era o de aprender a tocar as músicas dos Beatles… E assim fez, por si próprio.

Aos 13 anos já sabia tocar grande parte delas, como confirma Alexandre Vasconcelos, amigo, relembrando o dia em que os dois se conheceram. “Um amigo comum convidou-me para ir conhecer um ‘miúdo ’ que sabia tocar as músicas todas dos Beatles… Fiquei um pouco admirado pois embora eu fosse fã, na altura, não estavam muito na moda”. Quando se encontraram e o ouviu: “Tocava tal e qual as músicas"." Era impressionante", exclama Alexandre Vasconcelos.

Foi nessa altura que começou a fazer bandas, e que levaram à formação dos Honey Bee, com os quais, “sem nenhum disco gravado, nem promoção, chegou a fazer mais de 80 concertos por ano, só na zona do grande Porto”, revela Alexandre Almeida.

Posteriormente, trabalhou em estúdio e ao vivo com alguns nomes sonantes da cena pop/rock portuguesa, como Turbo Junkie, André Indiana e EZ Special. Em 2002, foi guitarrista dos Fingertips,”ligação que se estendeu durante a gravação dos dois álbuns”. Destaque maior para a participação como guitarrista nos Bandemónio de Pedro Abrunhosa, função que exerceu entre 1999 e 2006, tendo realizado todas as digressões e participado em todos os álbuns gravados do conhecido artista portuense, durante esse mesmo período.

Foi nessa altura (2002) que conheceu Sara, a namorada. Ambos trabalham muitas horas, mas em profissões com horários muitas vezes "difíceis" de conciliar: ”Eu, Psicóloga, ele, Músico/Produtor”.” Eu estou a sair da cama para mais um dia de missão no combate à pobreza, à exclusão social, ao abandono e insucesso escolar, e o Alexandre a deitar-se, depois de uma longa tarde e noite de trabalho criativo”, esclarece. Apesar disso, conseguem ainda ter tempo para “ir ao cinema, jantar fora, ir de férias, sair à noite e estar com amigos”.” Ouvimos música, conversamos muito e criticamo-nos muito, para sermos pessoas mais fortes e cada vez melhores no que fazemos”, alude Sara.

Entre as colaborações com Pedro Abrunhosa, contaram-se ainda a participação no filme “A Carta”, de Manoel de Oliveira, e na peça “O rapaz de Papel”, encenada pelos El Comediant, no âmbito da Expo 98. Esta última motivou o convite para ingressar na banda de Pedro Abrunhosa.

Em 2006, abandonou os Bandemónio e ingressou, como guitarrista, nos Mundo Secreto, tendo produzido o álbum de estreia da formação de Leça da Palmeira.

Passados dois anos iniciou o processo de composição das músicas que levaram ao álbum de estreia, a ser lançado brevemente, dos Cazino, a sua actual banda.

Da formação dos Cazino faz também parte Domingos, pianista e amigo de longa data. Conheceu Alexandre Almeida quando ambos frequentavam a escola secundária, em Matosinhos. Aí partilhavam "a paixão pela música” que, como refere Domingos, “ocupava a quase totalidade do nosso tempo e da nossa energia.” Foi nas salas de ensaio que passaram os Verões da adolescência, algo que voltou a acontecer quando, mais tarde, trabalharam juntos em vários projectos. O colega de profissão aponta algumas das características que definem Alexandre Almeida: “enorme capacidade de trabalho, dedicação sem limites, enorme talento”.”As muitas horas de estudo e reflexão que dedica à música tornaram o Alexandre num dos músicos/produtores de referência em Portugal”, acrescenta. Domingos confessa ainda ser “um privilégio incalculável trabalhar com um músico assim”. “E ainda a procissão vai no adro”, conclui, remetendo para os “grandes voos musicais”, ainda a serem realizados pelo guitarrista.

Talvez por tudo isto, quando perguntado sobre se “a música é a coisa mais importante da vida”, Alexandre Almeida responda, sem hesitar: “SIM”!

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